Giro do Vale

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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Mulher encontrada morta em Imigrante é enterrada sem família ser contatada

Foto: Bárbara Bottoni / Grupo Independente

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A família de Ana Paula Soalheiro Silva, 35 anos, descobriu por acaso que ela foi encontrada morta em uma praça na última sexta-feira em Imigrante. Mas os parentes se depararam com uma outra surpresa: o corpo da mulher já tinha sido enterrado, sem que a família tivesse sido comunicada. “Fiquei indignada, me tiraram o direito de enterrá-la”, desabafou a mãe Maria do Rosário Soalheiro, 67 anos.

A idosa mora em Brasília, no Distrito Federal, e soube da morte por uma outra filha que encontrou a notícia em um site de notícias na última segunda-feira, dia 20. Em seguida, entraram em contato com o Posto Médico Legal de Lajeado, e com a Delegacia de Polícia de Teutônia, que responde por Imigrante. Entre os motivos para o enterro repentino está o fato da câmara fria, onde são colocados os corpos, estar estragada, e ainda por não ter sido localizado ninguém da família.

Câmara fria não funciona há oito anos

A reportagem entrou em contato com o Posto Médico Legal (PML) de Lajeado. Uma funcionária, que não quis se identificar, informou que a câmera fria – com capacidade para três cadáveres – não funciona há mais de três anos e, por isso, quando não há contato com a família, o procedimento adotado é o enterro. A funcionária explicou ainda que raramente ocorre o translado para o Departamento Médico Legal em Porto Alegre.

O posto de Lajeado é vinculado ao Departamento de Perícias Metropolitana. Segundo o responsável pelo setor, César Ferreira, a câmara fria da cidade está inoperante há oito anos e a opção pelo enterro é “procedimento administrativo que o PML recorre em caso de saúde pública”. Sobre a possibilidade do corpo ser encaminhado para a sede, em Porto Alegre, Ferreira esclareceu que o órgão não dispõe de serviço de remoção fúnebre, o que possibilitaria o translado.

A assessoria de imprensa do Instituto Geral de Perícia (IGP), ao qual o DML é ligado, informou ainda que pelo menos três cidades do interior do Rio Grande do Sul foram contempladas com câmeras frias com recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), ligada ao Ministério da Justiça. Entre as cidades beneficiadas está Lajeado, mas ainda não há previsão de entrega dos equipamentos.

Delegacia tentou contato com diversos números

O delegado substituto na Delegacia de Teutônia, Juliano Stobbe, observou que os agentes tentaram contato com diversos telefones encontradas em uma agenda localizada nos pertences da vítima. “A gente tentou vários números. Tinha números de Tio Hugo (no Rio Grande do Sul) e de Brasília, mas não deu resultado, ninguém atendia.” O corpo foi sepultado em um cemitério em Imigrante. Agora a família pretende vir ao Estado para levar o corpo para Brasília.

Stobbe apura o que teria ocorrido na praça, minutos antes de Ana Paula morrer. Entretanto, não dá muitos detalhes para a imprensa. “Temos boa linha de investigação e já intimados algumas pessoas para serem ouvidas”, limitou-se a revelar.

 

Correio do Povo

 

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