Giro do Vale

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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Retomada busca por caixas-pretas de avião da EgyptAir

Foto: Alexandre Groyer / Marine Nationale

Foto: Alexandre Groyer / Marine Nationale

A busca pelas caixas-pretas do avião da EgyptAir desaparecido no Mediterrâneo foi retomada neste domingo. Três dias após o drama, com a esperança de solucionar se o que ocorreu foi um acidente, ou um atentado. O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, reafirmou que “todas as hipóteses são possíveis” e que nenhuma delas é privilegiada.

O voo MS804 caiu no Mediterrâneo na madrugada da última quinta-feira, com 66 pessoas a bordo, entre elas 30 egípcios e 15 franceses, após desaparecer repentinamente dos radares.

Embarcações e aviões das Forças Armadas egípcias e francesas rastreavam pelo terceiro dia consecutivo o mar entre a ilha de Creta e a costa norte do Egito, tentando localizar a cabine do Airbus A320 e suas duas caixas-pretas.

“Um avião de vigilância marítima francês detectou, no domingo, muitos objetos flutuantes, provavelmente relacionados com o avião”, declarou um porta-voz da Marinha francesa.

Na sexta-feira, as Forças Armadas egípcias retiraram da água os primeiros fragmentos do aparelho, um membro humano e objetos dos passageiros, e divulgaram, no sábado, fotografias em que se viam uma mochila infantil, um pedaço destruído da cabine, revestimentos de assentos rasgados e um colete salva-vidas inflado. Uma criança e dois bebês estão entre as vítimas.

Ainda não foram encontradas as caixas-pretas, que emitem sinais debaixo d’água apenas entre quatro e cinco semanas antes que suas baterias fiquem descarregadas.

Até sexta-feira, o governo egípcio e a maioria dos especialistas ouvidos pela imprensa privilegiavam a tese de atentado, seis meses após a explosão de uma bomba a bordo de um avião de turistas russos que havia decolado do Egito. Esse atentado foi reivindicado por um braço local do Estado Islâmico (EI).

Sem reivindicação

Mais de três dias depois do drama do voo entre Paris e o Cairo, ninguém assumiu a autoria do suposto atentado. Uma mensagem de áudio do porta-voz do EI divulgada nesse sábado não mencionava a tragédia.

O Al-Furqan, veículo do grupo que divulgou a gravação, não publica reivindicações de atentados, o que costuma acontecer nas contas do Twitter, ou do Telegram dos principais propagandistas do EI.

O que reacendeu a tese de falha técnica foi a revelação de que o sistema automatizado do avião emitiu, por três minutos, alertas indicando a presença de fumaça, principalmente na parte dianteira do aparelho, e falhas nos sistemas eletrônicos dos comandos de voo. Segundo especialistas, nada exclui que a fumaça possa ter sido consequência de um incêndio criminoso.

O Ministério egípcio da Aviação Civil confirmou hoje à noite que os controladores gregos foram os últimos a falar com o piloto, garantindo que não houve “qualquer contato” entre este último e entre os controladores egípcios. O avião desapareceu dos radares menos de um minuto depois de sua entrada no espaço aéreo egípcio.

A hipótese de explosão de uma bomba, embora válida, perdeu espaço.

“Ainda é cedo para interpretar e compreender as causas do acidente, enquanto não tivermos encontrado destroços, ou caixas-pretas”, disse no sábado em Paris o porta-voz do Departamento de Investigação e Análise (BEA), que enviou ao Egito três investigadores e um especialista da Airbus.

 

Correio do Povo

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