Giro do Vale

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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Dono da JBS afirma que Aécio pediu R$ 2 milhões

Foto: Divulgação

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O empresário Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação na qual o presidente do PSDB Aécio Neves pede R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. O criminalista Alberto Zacharias Toron, advogado do tucano, disse que foi ‘surpreendido com o noticiário’ e que ‘efetivamente não recebeu dinheiro algum’.

Segundo o jornal, o diálogo gravado durou cerca de 30 minutos.

Aécio e Joesley teriam se encontrado no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo. Um trecho do diálogo foi revelado pelo Globo.

“Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, propôs Joesley.

“Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”, teria respondido Aécio.

De acordo com O Globo, o presidente do PSDB indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. ‘Fred’ foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores da campanha do tucano a presidente em 2014.

O jornal afirma que o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, levou o dinheiro a Fred. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou uma delas.

Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro não foi repassado a nenhum advogado. As filmagens da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG).

Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens seguido pela Polícia Federal.

As investigações revelaram que o dinheiro não era para advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fosse parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella.

COM A PALAVRA, O SENADOR AÉCIO NEVES

O senador Aécio Neves está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, ADVOGADO DE AÉCIO

“Fui surpreendido pelo noticiário da imprensa. Efetivamente não recebi dinheiro algum. Vou consultar meu cliente (Aécio) sobre o que aconteceu.”

 

Correio do Povo

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