Giro do Vale

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Terremoto de 8,2 graus deixa mais de 60 mortos no México

Foto: Pedro Pardo / AFP / Divulgação

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Ao menos 61 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um potente terremoto que sacudiu nesta sexta-feira o sul do México, o “maior registrado” no país nos últimos 100 anos. “São 61 pessoas que infelizmente faleceram”, das quais 45 no estado de Oaxaca, 12 em Chiapas e quatro em Tabasco, disse o presidente Enrique Peña Nieto na cidade de Juchitán, a mais atingida pelo sismo, com 36 mortos até agora.

As autoridades advertiram para a possibilidade de uma réplica superior a 7 graus nas 24 horas posteriores ao sismo, o que apressa os trabalhos de resgate nas zonas afetadas. Teme-se, ainda, que o número de vítimas aumente.

Palácio em ruínas

Em Juchitán, cidade de 100 mil habitantes com forte presença da etnia zapoteca, situada ao sul de Oaxaca, o terremoto reduziu a escombros o Palácio Municipal. Na madrugada, um morador solitário se aventurou em meio aos destroços do que foi uma majestosa construção colonial para resgatar uma bandeira mexicana e agitá-la, uma imagem registrada em vídeo, que viralizou nas redes sociais.

Muitas casas, escolas e o mercado estavam partidos ao meio, outros expunham suas entranhas, com tapumes quebradas, vigas metálicas dobradas e vidros quebrados. “Deus queira que saia vivo!”, clamava uma mulher zapoteca, enquanto esperava com expectativa que resgatassem um policial municipal que até a tarde seguia sob os escombros do Palácio.

“Estamos fazendo tudo o possível para tirar o companheiro. Eram dois os que ficaram presos e já resgatamos um com vida”, explicou à AFP um agente com seu uniforme coberto de poeira, enquanto seus colegas buscavam, com pás nas mãos, em meio às montanhas de escombros.

“Não tenho memória de um terremoto tão terrível, talvez o da Cidade do México em 1985. Agora, aqui, toda a cidade é uma catástrofe, muitos danos, muitas mortes”, comentou à AFP Vidal Vera, policial de 29 anos, que participa dos trabalhos de resgate.

Megalópole na expectativa

A Cidade do México, cidade com mais de 20 milhões de habitantes, que não esquece o pesadelo do sismo de 19 de setembro de 1985, de 8,1 graus, que deixou em ruínas vastas zonas com mais de dez mil mortos, aguardava com expectativa a ocorrência de uma réplica.

A megalópole, que às sextas-feiras costuma ser animada e caótica, estava parcialmente deserta em amplos setores. As escolas públicas e algumas privadas suspenderam as aulas para verificar se havia danos estruturais em suas instalações, enquanto algumas empresas só convocaram os trabalhadores essenciais.

Autoridades e especialistas esclareceram que desta vez a distância com o epicentro foi de 700 km, enquanto em 1985 foi de uns 400 km e daí seu impacto foi menor no centro do país. “Este sismo teve níveis de intensidade de uma terceira ou uma quinta parte do que se observou em 1985”, disse em coletiva de imprensa Leonardo Ramírez, chefe da Unidade de Instrumentação Sísmica do Instituto da UNAM.

O tremor ocorreu às 23H49 locais de quinta-feira (01H49 de sexta, hora de Brasília) perto da localidade de Tonalá (Chiapas), a 100 km da costa e a uma profundidade de 19 km.

O México está ameaçado ainda pelo furacão Katia, de categoria 2, que avança nesta sexta-feira pelo Golfo do México rumo ao estado de Veracruz, em uma semana terrível em que outros dois ciclones, Irma e José, deixaram um rastro de mortes e graves danos materiais.

O papa Francisco fez, da Colômbia, uma oração pelas vítimas do terremoto e do devastador furacão Irma no Caribe. “Desejo manifestar minha proximidade espiritual a todos os que sofrem as consequências do terremoto que atingiu o México na noite passada provocando mortes e custosos danos materiais”, disse o papa ao fim de uma missa em Villavicencio, no centro do país.

Danos na Guatemala

O tremor também sacudiu a maior parte da Guatemala, deixando pelo menos quatro pessoas feridas e 94 danificados pela destruição em suas casas, informaram as autoridades nesta sexta-feira. O secretário da Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred), Sergio Cabañas, disse em coletiva que duas menores de idade foram levadas ao hospital com fraturas, enquanto outros dois feridos foram atendidos no local.

Cabañas também detalhou que 3.586 pessoas foram atingidas por outros problemas como cortes nos serviços básicos ou danos nas estradas. O presidente Jimmy Morales sobrevoou nesta sexta as zonas mais atingidas da Guatemala e ordenou o envio de ajuda humanitária.

“Minha solidariedade e apoio às famílias guatemaltecas que foram atingidas pelo forte sismo que afetou Guatemala e México; estamos analisando como apoiar os afetados pelo terremoto”, afirmou Morales em reunião de trabalho na capital.

O governante expressou suas condolências ao povo mexicano pelas dezenas de mortos e pelos graves danos causados. “Os guatemaltecos lamentam as vítimas fatais no México, nossa solidariedade com o povo-irmão mexicano”, indicou Morales em seu Twitter.

 

Correio do Povo

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