Giro do Vale

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sábado, 20 de abril de 2024

Driblando a crise: aluguel de roupas ganha força em aplicativos e impulsiona economia compartilhada

Foto: Divulgação

Comprar roupas novas está fora de moda. Agora, a nova febre são as diferentes ferramentas e aplicativos para aluguel de roupas, que despontam como uma alternativa na era da economia compartilhada. Se antes procurar peças em brechós ou em lojas de materiais usados era uma realidade apenas dos mais necessitados, hoje, se tornou sinônimo de estilo examinar roupas e descobrir variedades de looks que até então não estavam mais em alta.

Na era da economia compartilhada, que está no auge do radar dos pequenos negócios o aluguel de roupas também desponta como uma possibilidade para driblar a crise. Assim como o carro que quando não está sendo usado pode ser compartilhado com outras pessoas nos aplicativos, cujo setor conta com gigantes como Airbnb e Uber, as roupas também entraram na onda da economia compartilhada. E há até quem aproveite para alugar e vender suas roupas e as roupas de outras pessoas, arrecadando uma renda extra com a novidade.

Com aplicativos até para estudantes se darem bem no Enem, é claro que a moda não poderia ficar de fora da tendência do mundo digital. Além das tradicionais roupas de festas, hoje, já é possível alugar até mesmo peças casuais ou para gestantes com apenas alguns cliques no celular. Um exemplo é a plataforma Loc, com base em Salvador, na Bahia, que atua em dez cidades no Brasil com acervo de 20 mil peças. No aplicativo ou site, os clientes selecionam as peças e combinam um lugar de encontro para a troca e devolução pelo chat – a geolocalização da ferramenta facilita a escolha dos lugares mais próximos. O pagamento? Também pelo app, via cartão de crédito.

Aluguel de roupas: tendência sustentável no Brasil e no mundo

Depois da falência da rede americana Forever 21, as redes de fast fashion sentiram ainda mais na pele o fim da moda de excessos. Se antes a ostentação era ter um guarda-roupa gigantesco, hoje, até por questões de sustentabilidade, a locação de roupas se consolida cada vez mais para quem procura trocar de estilo sem gastar muito ou ocupar espaço no armário. De olho na tendência, até a rede H&M estuda viabilizar uma coleção de roupas para aluguel, inicialmente na unidade de Estocolmo.

Na prática, a iniciativa reforça a preocupação dos consumidores com o impacto da indústria da moda no meio ambiente e nas questões sociais – como as denúncias de trabalho escravo que tanto mancharam a imagem de marcas como a Zara. Além do aluguel de roupas, a reutilização de peças e a procura por coleções mais conscientes tem afetado toda a indústria, que busca oferecer respostas rápidas aos consumidores mais antenados.

Na passarela da moda: aluguel mensal de roupas e bolsas veio para ficar

Outro exemplo é a Clorent, marca paulistana localizada na Vila Olímpia que realiza 400 aluguéis mensais de roupas. Com uma empresa parceira que realiza a logística das entregas na grande São Paulo, a empresa digital reforça que a escolha das peças cada vez mais é feita pelo site (a Clorent também conta com um espaço físico como ponto de apoio para clientes que precisam de consultoria). Fundada em 2018, a ideia da empresa é que o aluguel de roupas online seja ainda mais disseminado no mercado da moda de SP.

Conhecida como aluguel do futuro, a nova forma de consumo de roupas também motivou a criação da Rent Style em 2018. Com curadoria de marcas consolidadas e novos designers do mercado brasileiro, a empresa emprega o conceito de closet compartilhado com base na sustentabilidade. Assim, suas clientes renovam o visual sem ocupar espaço no armário ou gastar muito dinheiro, reforçando que o ideal é contar com o básico em casa e complementar os looks com o aluguel de roupas incríveis, com design e qualidade.

Os acessórios não ficaram de fora: a I Bag You, por exemplo, aluga bolsas de luxo. Desenvolvido como um projeto na faculdade pela empresária Anna Lugli em 2015, o negócio se consolidou e visa oferecer aos clientes uma forma fácil e simples de alugar bolsas. Com preço acessível – há peças para diferentes ocasiões, sempre com foco no consumo consciente – o acervo oferece desde bolsas vintage à peças novas em folha. Tudo indica que a mudança de comportamento das consumidoras foi notada e refletida no mercado, que incorporou com tudo o modelo de aluguel de peças e roupas. A natureza e o bolso das fashionistas agradecem.

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