Giro do Vale

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terça-feira, 23 de abril de 2024

Rio Grande do Sul tem o primeiro caso confirmado de coronavírus

Governador Eduardo Leite anunciou oficialmente, nesta terça-feira (10), o primeiro caso de coronavírus no Estado – Foto: Vitor Rosa / Agência RBS / Divulgação

O Rio Grande do Sul tem seu primeiro caso confirmado de coronavírus. Trata-se de um empresário de 60 anos residente em Campo Bom, no Vale do Sinos, que viajou a trabalho a Milão, no norte da Itália, entre os dias 16 e 23 de fevereiro. O homem teve sintomas (tosse e febre) a partir de 29 de fevereiro e foi avaliado em uma clínica particular, onde já chegou usando máscara. Ele foi orientado a manter isolamento domiciliar e a tomar um xarope. Os exames iniciais, que descartaram outros vírus respiratórios, foram realizados em 3 e 4 de março. A confirmação se deu nesta segunda-feira, dia 9. Nenhum familiar do doente apresentou sinais de infecção. 

A informação foi divulgada oficialmente durante entrevista coletiva realizada no final da manhã desta terça-feira, dia 10, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, com as presenças do governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), e da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.

“Nós nos preparamos para este momento. Não somos uma ilha. As relações se estabelecem nas viagens que as pessoas fazem, nas relações comerciais. Sabíamos que esse dia poderia chegar. Não é o caso de alarmar a população. Estamos com a nossa estrutura preparada, frisando nosso trabalho em parceria com o Ministério da Saúde” declarou Leite.

O Laboratório Central do Estado (Lacen) já está capacitado para conduzir as testagens de amostras de secreções coletadas de pacientes suspeitos de terem contraído o vírus. Os kits para exames chegaram a Porto Alegre na última semana, e funcionários do Lacen foram treinados por técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. Antes, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) enviava as amostras com as suspeitas da infecção. O tempo para obter os resultados caiu de até oito dias para até 48 horas. O exame do paciente de Campo Bom foi feito pelo Lacen. 

O governador pediu que a população reforce hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência, evitar o compartilhamento do chimarrão e colocar em prática a etiqueta respiratória, como tossir sem colocar os outros em risco (cobrindo o nariz e a boca com um lenço descartável ou na dobra do braço).

Na entrevista, Leite também atualizou a situação epidemiológica em território gaúcho. Atualmente, estão sendo investigados 86 casos suspeitos de infecção pelo covid-19. No total, até agora, 190 casos foram notificados, e 103, descartados. 

Arita Bergmann destacou que planos de contingência estão sendo elaborados e atualizados. Escolas estão sendo comunicadas sobre cuidados a serem tomados. A secretária reforçou a importância da campanha de vacinação contra a gripe, com início previsto para 23 de março. Arita lembrou da pandemia do vírus H1N1, em 2009 e 2010:

“A lição, em 2009, foi (aprender a) trocar o pneu com o carro andando. Agora foi possível organizar a trajetória sobre o que poderá acontecer. Estamos, sim, preparados, mais do que naquela oportunidade.”

Uma técnica da Vigilância Sanitária explicou que os quadros de coronavírus geralmente são leves, semelhantes aos de uma gripe. A primeira orientação é para resguardo em casa até o término dos sintomas. Pelo que se conhece até agora, em torno de 15% dos casos – geralmente, pessoas com outras doenças e sistema imunológico mais enfraquecido – evoluem para um patamar de maior gravidade, exigindo internação hospitalar. 

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, na segunda-feira, dia 9, o Brasil tem, no momento, 25 casos confirmados de coronavírus.Os casos suspeitos chegaram a 930, o que significou um acréscimo de 40% em relação à véspera – no domingo, dia 8, eram 663 casos sendo monitorados.  

A doença chega ao Rio Grande do Sul quase dois meses depois da megalópole Wuhan, na província de Hubei, na China, decretar quarentena, proibindo a livre circulação da população. A cidade chinesa é considerada o epicentro mundial da doença. 

Atualmente, a situação mais preocupante é da Itália, que ampliou para todo o país, na segunda-feira, dia 9, a área de quarentena, inicialmente localizada ao norte. Com 60 milhões de habitantes, a Itália é o primeiro país a entrar inteiramente em quarentena por causa do coronavírus e o segundo com o maior número de mortes por covid-19, atrás apenas da China.

GaúchaZH

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