O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que 20.629 pessoas que moram no Rio Grande do Sul são suspeitas de fraudarem o auxílio emergencial de R$ 600. Ao todo, R$ 14,3 milhões foram parar indevidamente no bolso de quem não precisa. Isso representa 3% do total de pagamentos indevidos em todo o país apurados pelo TCU. No total, foram identificados 620 mil benefícios fraudados no Brasil.

Entre esses suspeitos de fraude no Estado, estão 9.156 pessoas que já recebem algum tipo de benefício do INSS, como aposentadoria ou auxílio-doença. Um total de 1.985 pessoas que receberam os R$ 600 são servidores ou pensionistas do Estado e mais 807 são servidores federais. 

O Ministério da Cidadania pagou o benefício também para 257 pessoas que sacaram o dinheiro em nome de quem já morreu. Além disso, o TCU flagrou 407 beneficiários do auxílio emergencial com renda maior que aquela estabelecida pela medida provisória: renda individual de R$ 552,50 ou familiar de R$ 3.135. 

O TCU conseguiu fazer esse mapeamento porque cruzou as informações registradas no site ou aplicativo da Caixa Econômica com dados da Receita Federal, do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), do Cadastro Único e outros sistemas estatais. Essa verificação deveria ter sido feita pela DataPrev, mas o próprio governo reconhece que os sistemas não estão integrados. 

De acordo com o tribunal, cerca de 33% da população gaúcha vive na informalidade. O dado é da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio do primeiro trimestre deste ano. Conforme o TCU, apenas 17% conseguiram receber a ajuda de R$ 600.

O programa previa inicialmente o pagamento de três parcelas, mas o governo anunciou o pagamento de mais duas etapas.

GaúchaZH