Giro do Vale

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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Polícia Civil desarticula organização criminosa com atuação em Lajeado, Bom Retiro e Venâncio

Foto: Divulgação / Polícia Civil

A Polícia Civil deflagrou a Operação “Godfather”, na manhã desta sexta-feira, dia 9, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa com atuação principal nos municípios de Lajeado, Bom Retiro do Sul, Venâncio Aires, Torres e Florianópolis/SC. Eles se ocupavam dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e posse de armas em larga escala. Um homem e uma mulher foram presos em flagrante e outros dez indivíduos foram presos preventivamente.

Foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão em residências particulares e estabelecimentos comerciais, divididos em todos os municípios relacionados. No curso das buscas realizadas hoje, foram apreendidos cerca de R$ 8 mil em dinheiro, um veículo, um fuzil calibre 5,56, duas espingardas calibre .12 e .24, e aparelhos celulares. A maioria dos alvos da operação já possuía antecedentes pelo crime de tráfico de drogas.

Em Lajeado as ações ocorreram nos bairros Carneiros, Conservas e São Cristóvão. Em Bom Retiro do Sul, nos Bairros Centro, Alto da Bronze, São João, Getúlio Vargas, Laranjeiras, Goiabeiras e São Francisco. Em Venâncio Aires, nos Bairros Aviação e um sítio na área rural.

As investigações tiveram início em março deste ano, e por seis meses os agentes da Draco, juntamente com as Delegacias de Polícia de Teutônia, Bom Retiro do Sul e Venâncio Aires, realizaram atividades de inteligência policial na identificação dos alvos e colheita das provas. Foi realizado um minucioso acompanhamento das atividades dos traficantes e usuários, identificando o seu modo de atuação, de onde a droga vendida era originada e quem a fornecia. Também foram identificadas a formas de aquisição e venda nos municípios da região, além de uma estimativa do valor monetário movimentado pelos indivíduos na ocultação dos valores na aquisição de bens, principalmente pela chefia. Acredita-se que o principal alvo local, o qual comandava a venda de maconha e drogas sintéticas em Lajeado e parte do Vale do Taquari, movimentava cerca de 800 mil reais por ano. Apurou-se que as drogas sintéticas abasteciam festas de música eletrônica na região.

Ao longo das investigações foi possível a junção de muitas provas dos crimes praticados, e assim foi possível identificar a participação de cada um dos indivíduos do grupo criminoso. Haviam os gerentes que eram responsáveis por receber a droga enviada pelo chefe do grupo, e que distribuíam entre os responsáveis pelas vendas. Após as vendas, havia os responsáveis pelo recolhimento do dinheiro, e ocultação até a remessa semanal para o chefe, em Lajeado. O grupo utilizava serviços de táxi, uber e moto-boys para o transporte dos ilícitos e do dinheiro proveniente das vendas.

Apurou-se, ainda, que o chefe do tráfico na região e o fornecedor da droga utilizavam movimentação financeira na rede bancária oficial e a aquisição de bens móveis como carros e também imóveis, o que caracteriza a lavagem de dinheiro.

Ainda, foi apurado o responsável pelo fornecimento das drogas vendidas pela organização nas regiões do Vale do Taquari e Rio Pardo. O indivíduo foi preso no Litoral Catarinense durante a operação. Salienta-se que com prisão do fornecedor, a Draco conseguiu enfraquecer a atuação da organização na região, inclusive com a apreensão de bens ligados, principalmente, aos líderes do tráfico.

A operação desencadeada nessa madrugada objetivou não apenas apreender drogas e pequenos traficantes, mas sim buscou-se atingir financeiramente a organização e a chefia da organização. A ação policial contou com a cooperação de mais de 150 Policiais e empregou 48 viaturas, sendo: 14 Delegados e 120 agentes da Polícia Civil, 17 Policiais Militares, 02 Policiais Rodoviários Federais e 06 cães de faro.

O chefe local do tráfico é chamado de Padrinho, por isso a operação foi intitulada “Godfather”, tradução desso nome no inglês. Por fim, “o Padrinho” era quem comandava o tráfico local de maconha e drogas sintéticas, e restou provado ser membro do “segundo escalão” de uma associação originada na Capital do Estado e com forte atuação no Vale do Taquari, inclusive ordenando a maioria dos homicídios praticado na região.

Há relatos de usuários de que as dívidas de drogas eram cobradas com extrema violência pelos gerentes do tráfico, utilizando intimidação com armas de fogo e agressões. “No município de Bom Retiro do Sul, houve um usuário que se suicidou após violentas cobranças de dívidas por um dos vendedores de drogas, tendo isto sido relatado por pessoas próximas deste usuário”, conta o delegado Dinarte Marshall Júnior, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas de Lajeado (DRACO), que coordenou a operação.

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Comentários

  • DEJANIRA
    9 outubro, 2020

    Parabéns aos policiais que prenderam esses malditos traficantes cada um que vai preso pra mim é uma Vitória
    Eles têm que ficar preso pro resto da vida é o quê eles merecem

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