Giro do Vale

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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Deputados gaúchos aprovam reforma da previdência dos militares

Foto: Divulgação / Agência de Notícias ALRS

Por 31 votos a 19, o governo do Estado aprovou na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, dia 9, a reforma da previdência dos militares. A medida implementa cobrança progressiva sobre os salários dos servidores da Brigada Militar (BM) e do Corpo de Bombeiros.

As novas faixas de alíquotas, de 7,5% a 22%, entram em vigor 90 dias após sanção da lei pelo governador Eduardo Leite. Atualmente, os servidores da ativa pagam 14% e os inativos são isentos até o teto do INSS, no valor de R$ 6,4 mil. 

Com a mudança, as contribuições dos militares da reserva começam com 9% nos vencimentos acima de R$ 1,1 mil. Para os da ativa, a alíquota fica abaixo dos 14% atuais até os salários de R$ 6,4 mil. Remunerações superiores terão cobrança maior, chegando a 22% para quem receber acima de R$ 42,9 mil. De acordo com o Piratini, o escalonamento fará com que 96% dos militares da ativa paguem menos. 

A projeção do Tesouro é diminuir em até R$ 700 milhões o déficit previdenciário do Estado, cujo rombo em 2020 foi de R$ 10,3 bilhões. Segundo o governo, no mesmo período a categoria contribuiu com 10% (R$ 528 milhões) do volume total de pensões e aposentadorias que recebeu (R$ 5,21 bilhões). A medida também equipara o tratamento entre servidores militares e os civis, cuja cobrança progressiva foi aprovada em 2019.  

A votação transcorreu numa sessão confusa, com o plenário praticamente vazio em função da pandemia, e vários deputados enfrentando problemas de comunicação pelo sistema remoto. A ausência de servidores da assessoria legislativa em função de um surto de covid-19 na Casa também dificultou os trabalhos.  

Na véspera, o presidente Gabriel Souza (MDB) já havia feito um apelo aos colegas para que a sessão pudesse transcorrer com agilidade. Ciente de que tinha votos para aprovar todas as matérias, a base governista seguiu à risca a orientação, evitando discursos.  

Quinto item da pauta, a reforma foi justamente o projeto mais polêmico, com parlamentares se revezando nos microfones. Uma emenda do PT e do PSOL previa a isenção dos servidores aposentados até o teto do INSS, mas o governo escanteou a proposta ao aprovar um requerimento que dava preferência ao texto original.  

Aberto o painel eletrônico, à exceção do próprio PSDB, apenas o MDB entre os maiores partidos da base foi 100% fiel ao governo, com oito votos a favor.  No PTB do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, Elisandro Sabino se ausentou e Luís Augusto Lara, opositor enfático do texto na bancada, votou contra. Issur Koch (PP) e Thiago Duarte (DEM) também não acompanharam a orientação do Piratini. Paparico Bachi e Airton Lima, ambos do PL, também não votaram. Na oposição, PT, PDT e PSOL tiveram o reforço de três votos do PSL, mas ainda assim não foi suficiente.

Mais cedo, os deputados já haviam aprovado a manutenção de um veto do governador no texto da reforma tributária aprovada em dezembro, alterações na lei anticorrupção, a concessão de rodovias à iniciativa privada, mudança nas taxas do IGP . 

Como ficam as novas alíquotas 

Militares da ativa 

Salário  –  Alíquota 

Até R$ 1,1 mil  –  7,5% 

de R$ 1,1 mil a R$ 2,2 mil –  9% 

de R$ 2,2 mil a R$ 3,3 mil  – 12% 

de 3,3 mil a R$ 6,4 mil  – 14% 

de R$ 6,4 mil a R$ 11 mil  – 14,5% 

de R$ 11 mil a R$ 22 mil  – 16,5% 

de R$ 22 mil a R$ 42,9 mil  – 19% 

acima de R$ 42,9 mil  – 22% 

Aposentados e pensionistas 

Salário –   Alíquota 

Até R$ 1,1 mil –  isento 

de R$ 1,1 mil a R$ 2,2 mil – 9% 

de R$ 2,2 mil a R$ 3,3 mil  – 12% 

de 3,3 mil a R$ 6,4 mil  – 14% 

de R$ 6,4 mil a R$ 11 mil  – 14,5% 

de R$ 11 mil a R$ 22 mil  – 16,5% 

de R$ 22 mil a R$ 42,9 mil  – 19% 

acima de R$ 42,9 mil  – 22% 

GaúchaZH

Comentários

  • JOEL MORAES DA SILVA MORAES DA SILVA
    17 março, 2021

    Lamentável a aprovação deste projeto, o primeiro tenente da reserva vai pagar a mesma alíquota do capitão, recebendo 7.500 00 a menos que o capitão. Lamentável este governo que só mete a mão no bolso do funcionário público. Tira a bunda da cadeira Governador. Governo de mentiras. Pinóquio.

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