Giro do Vale

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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Polícia liberta mulheres que eram obrigadas a se prostituírem, mantidas em cárcere privado em boate de Estrela

Foto: Divulgação / BM

Oito mulheres e um homem foram libertados da situação de cárcere privado a qual estavam sendo sujeitos, em uma boate na Rua dos Marinheiros, em Estrela. Uma mulher acabou sendo presa na ação e o estabelecimento foi interditado pelo setor de fiscalização da prefeitura do município. A ação ocorreu nesta sexta-feira, dia 10.

A Brigada Militar recebeu informação de que mulheres estava sendo mantidas em cárcere privado. A denúncia teria partido da mãe de uma das vítimas, que não havia conseguido mais ter contato com a filha, e suspeitou do que pudesse estar ocorrendo. Chegando ao local indicado, os policiais identificaram a presença de um homem que relatou que as meninas estavam dormindo, mostrando onde elas ficavam. Em contato com a BM, essas mulheres disseram que queria sair dali, e que várias delas apresentavam lesões pelo corpo.

Os policiais perguntaram se o autor do cárcere estava no local, mas o homem e as mulheres negaram, mas dizia que queriam sair do local. A responsável pela boate foi identificada. De acordo com a BM, ela é esposa de um apenado, conhecido por ser o proprietário da boate e gerente do tráfico na zona das boates da Rua dos Marinheiros. Atualmente ele está preso.

Foto: Divulgação / BM

Foi acionado o SAMU para socorrer três pessoas que precisavam de atendimento médico, sendo conduzidas ao Hospital de Estrela, onde permaneceram em observação.

Foi acionada também a vigilância sanitária devido às condições insalubres do local, sendo que o estabelecimento foi interditado e autuado.

Após muita insistência, quando as vítimas ficaram isoladas, relataram que a mulher responsável pelo estabelecimento, era quem as proibia de sair, mediante ameaças e agressões, inclusive mandando membros da facção criminosa da qual faz parte, agredir as vítimas.

Com isso, a acusada, de 22 anos, recebeu voz de prisão. As partes envolvidas foram encaminhadas para a realização de exames de lesões, e na sequência, apresentadas na Delegacia de Polícia para o registro.

No total, nove pessoas foram retiradas da situação de cárcere privado. Três vítimas precisaram ser hospitalizadas, duas eram garotas de programa, e o terceiro um homem que é funcionário da copa do estabelecimento. As vítimas são três mulheres de 18 anos, uma de 20 anos, uma de 26 anos, uma de 27 anos, uma de 32 anos e uma de 38 anos, além do homem de 19 anos.

Havia no local diversos indícios de agressões, inclusive um balde com sangue, manchas de sangue nas paredes, colchões sujos de fezes, sendo que uma das vítimas teria apanhado até se evacuar. A mulher também retinha ou quebrava os celulares das vítimas para que estas não pudessem se comunicar e pedir ajuda.

As vítimas disseram que a justificativa para impedir que fossem liberadas, era de que haviam dívidas contraídas com o estabelecimento. Elas eram forçadas a se prostituir para realizarem o acerto de contas.

De acordo com a BM, o estabelecimento onde foram resgatas as vítimas é conhecido por ser local de prostituição e tráfico de drogas.

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