Giro do Vale

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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Governo prevê déficit de R$ 5,4 bilhões em 2015 no RS

Foto:Eduardo Eggers / Grupo Independente

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As contas do Estado foram abertas para a região na tarde desta terça-feira (14) na Univates. O auditório do Prédio 7 recebeu grande público para acompanhar a Caravana da Transparência, um projeto do governo para deixar a população a par da situação financeira gaúcha. O plano plurianual 2016-2019 para os vales do Taquari e do Rio Pardo também foi apresentado.

A projeção de déficit nas contas públicas de 2015 é de cerca de R$ 5,4 bilhões, conforme o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes. Os compromissos assumidos somam R$ 30,8 bilhões, enquanto que a arrecadação não passa de R$ 25,5 bilhões. Além disso, a dívida de despesas realizadas chega a R$ 663 milhões, sendo R$ 255 milhões somente para os hospitais. Segundo Feltes, nos últimos 44 anos, em somente sete o Estado conseguiu gastar menos do que arrecadou, o que explica em parte o atual cenário da economia.

Também justifica o momento crítico alguns dados repassados pelo secretário, como o investimento de 75,5% das receitas em pessoal, enquanto que os investimentos absorvem apenas 6,2%. Outro fator é que somente 46,6% dos servidores do Estado estão ativos. O restante (53,4%) está inativo. Para comparação,  em 1994 havia 57,7% de servidores ativos.

Sinceridade

O governador José Ivo Sartori justificou a realização das caravanas por todo o Rio Grande do Sul em função da necessidade de ser sincero com a população sobre a realidade financeira. Ele foi enfático ao afirmar que a conjuntura é grave e vai levar muito tempo para ser resolvida.

Como notícia positiva, Sartori informou que somente neste ano a perspectiva de investimentos no estado soma R$ 9,5 bilhões. Ele prometeu não deixar o estado inerte e ressaltou que a crise não pode matar a esperança de olhar para frente.

Renegociação da dívida

O governador comentou sobre a expectativa de aprovação e sanção da renegociação da dívida dos estados com a União. Segundo Sartori, em contato com a presidente Dilma Rousseff ele foi informado que esse alívio para a economia não será implantado neste ano. “Como o país vive o ajuste fiscal, o que existe é uma caminhada na direção de que a renegociação da dívida ficaria única e exclusivamente para o ano que vem. Vamos encontrar outras maneiras para buscar aquilo que precisamos fazer. Desde o primeiro dia de governo tomamos as medidas necessárias para fazer os ajustes, controlando situações, cortando custeios. Nós cortamos do custeio, que é aquilo da parte interna do próprio governo, que são situações sobre as quais precisamos cobrir os custos sem desequilibrar os investimentos que são necessários nas nossas prioridades”, salienta.

A dívida do Estado com o governo federal é de R$ 54,8 bilhões, mais do que o dobro da quantia que será arrecadada em 2015. Não há mais possibilidade de novos empréstimos, e os recursos do Caixa Único e dos depósitos judiciais estão baixos. Com a reprogramação do orçamento deste ano, a meta é economizar R$ 1,073 bilhão, reduzindo o déficit previsto.

Hospitais

O Estado deve R$ 3,750 milhões aos 20 hospitais filantrópicos do Vale do Taquari. O valor é referente às dívidas de outubro e novembro de 2014 e ao corte de R$ 25 milhões mensais referentes ao co-financiamento, que é um custeio feito para reduzir o déficit que os hospitais têm na assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em comparação ao que recebem do governo federal.

Segundo o vice-governador, José Paulo Cairoli, os investimentos em Saúde serão cumpridos pelo governo. “Não estamos tratando de 2014, temos alguns questionamentos quanto a alguns contratos feitos em dezembro. Estamos honrando os compromissos de 2015. O governador Sartori tem focado muito a importância de mantermos os recursos necessários para a Saúde. Em 2015 vamos manter o que está no orçamento. O que está acontecendo é que os orçamentos aprovados não são reais, se subestima a despesa e se superestima a receita. Nós precisamos fazer um orçamento real, e nessa Caravana da Transparência estamos envolvendo os Coredes [Conselhos Regionais de Desenvolvimento] para que eles participem como sociedade em um orçamento plurianual, que são os próximos quatro anos. Nesse orçamento vai ter as proposições de cada uma das regiões, e cabe a nós politicamente definir quais daremos preferência”, diz.

Propostas regionais

A presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari, Cíntia Agostini, entregou a representantes do governo gaúcho as propostas da região e do Vale do Rio Pardo para inclusão no Plano Plurianual. O plano contempla quatro áreas: social, econômica, infraestrutura e meio ambiente e governança e gestão.

 

Grupo Independente

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