Giro do Vale

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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Saúde confirma dois casos de gripe A no presídio de Lajeado

Dois casos de gripe A foram confirmados no Presídio Estadual de Lajeado, após três amostras serem coletadas em detentos de celas distintas, na semana passada, e encaminhadas para análise clínica. Conforme a Vigilância Epidemiológica do município, a confirmação dos casos de infecção pelo vírus H1N1 caracterizam um “surto em comunidade fechada”. Para contê-lo, foi estabelecido um protocolo de ação para os próximos dias.

De acordo com o diretor-substituto do presídio, David Horn, cerca de 90 presos e dois agentes penitenciários apresentaram sintomas de gripe nas últimas semanas. Todos eles estão sendo medicados com o antiviral Tamiflu duas vezes ao dia para tratamento.

Para prevenir novos casos, aqueles que não têm sinais da doença também recebem o medicamento uma vez ao dia, durante dez dias. “Acreditamos que com a vacina e a medicação de prevenção vamos controlar a situação, mas permanecemos em alerta. Outra medida é que enfermeira que atua no presídio teve a carga horária estendida de 20 para 40 horas semanais, e a médica do município acompanha o quadro evolutivo dos detentos que estão doentes. Com essas ações não é necessário isolar os presos que estão com a gripe”.

Segundo a técnica em Enfermagem Juliana Demarchi, da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, apesar de a circulação do H1N1 na penitenciária ter sido confirmada, “até o momento não foi registrado nenhum caso grave que indicasse internação ou óbito”. Embora a transmissão do vírus ocorra até mesmo três dias antes do início dos sintomas, não há informação de que alguma das pessoas que tenha estado no presídio nas últimas semanas apresentou sintomas de gripe.

Além das duas confirmações do vírus na casa prisional, foram notificados outros sete casos suspeitos de gripe A, em Lajeado, neste ano. Um deles já foi descartado e os demais seguem em análise.

Restrições

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) suspendeu as visitas aos presos até o final desta semana. A circulação de pessoas na área do presídio deve ser retomada na quarta-feira, dia 27. As audiências com os apenados estão mantidas e os encaminhamentos de urgência de saúde à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) são feitos normalmente. Os presos do regime semiaberto e aberto deverão ser imunizados durante a campanha de vacinação na rede pública, que se inicia na segunda-feira, dia 25.

Ambiente facilita a transmissão do vírus

A superlotação e o ambiente insalubre do presídio facilitam a disseminação de vírus, no local. “É um lugar fechado, pouco ventilado, perfeito para a transmitir uma doença”, explica o médico infectologista Guilherme de Campos Domingues. Segundo ele, entre as medidas indicadas para evitar a proliferação do H1N1 estão manter distância de pelo menos um metro de distância de pessoas contaminadas, já que o vírus é “carregado” em gotículas de saliva, pelo ar.

Outro fator que favorece a transmissão do vírus é a falta de higiene. Conforme o infectologista, o ideal é que se utilize álcool em gel ou lave as mãos sempre que houver contato com outras pessoas ou objetos de uso comum.

O diretor-substituto do presídio reconhece que o ambiente é pouco ventilado e a aglomeração de detentos nas celas colabora com a proliferação de vírus. No entanto, destaca que a agilidade da Secretaria Estadual de Saúde em disponibilizar vacina e tratamento para a doença auxilia no controle do problema.

Relembre o caso

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) liberou 600 doses de vacina da gripe para serem aplicadas nos apenados e servidores que trabalham no presídio de Lajeado. A imunização ocorreu na quinta-feira da semana passada, após aproximadamente 90 presos apresentarem os sintomas da doença. Os primeiros sinais de que havia uma infestação dos vírus foram percebidos ao final da primeira semana de abril.

 

O Informativo

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