Giro do Vale

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domingo, 6 de outubro de 2024

Indústria do RS tem a segunda maior queda do país

Durante a pandemia do novo coronavírus no País, a indústria gaúcha recuou 20,1% em março, a segundo maior queda no setor no Brasil, onde a média de redução foi de 9,1% no período. Pela primeira vez na série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional – iniciada em 2012 – houve retração em todos os 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas o Ceará (-21,8%) teve desempenho pior que o do Rio Grande do Sul. 

O resultado reflete, principalmente, os efeitos do isolamento social imposto por estados e municípios a partir de meados do mês de março devido à Covid-19, que afetou o processo de produção em várias unidades no país. A última grande disseminação de resultados negativos havia sido em maio de 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros, com taxas negativas em 14 locais, ficando de fora apenas o Pará.

Com essa redução, o Estado elimina os ganhos registrados nos dois primeiros meses de 2020, acumulada em 6,9%. Outras unidades que apresentaram recuos mais intensos do que a média nacional foram o Pará (-12,8%), o Amazonas (-11,0%) e a Região Nordeste (-9,3%). As demais baixas se deram em Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), São Paulo (-5,4%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%), Rio de Janeiro (-1,3%) e Minas Gerais (-1,2%).

Queda de 3,8% na comparação com 2019

Na comparação com março de 2019, a indústria nacional caiu 3,8% em março de 2020, com resultados negativos em 11 dos 15 locais pesquisados, mesmo com o efeito-calendário positivo, já que março de 2020 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que março de 2019. Santa Catarina (-15,6%), Espírito Santo (-14,2%), Rio Grande do Sul (-13,7%) e Ceará (-10,5%) assinalaram os recuos mais intensos, pressionados, principalmente, pelas quedas observadas nos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios, metalurgia, máquinas e equipamentos, entre outros.

Amazonas (-5,7%), Minas Gerais (-4,2%) e São Paulo (-4,2%) também registraram perdas mais elevadas do que a média da indústria (-3,8%). E Pará (-2,4%), Mato Grosso (-2,2%), Goiás (-1,2%) e Região Nordeste (-1,0%) completaram o conjunto de locais com índices negativos nesse mês. 

Por outro lado, Rio de Janeiro (9,4%) e Bahia (5,8%) apontaram os avanços mais intensos em março de 2020, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo vindo das atividades de indústrias extrativas, no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no segundo. Paraná (1,6%) e Pernambuco (1,4%) mostraram as demais taxas positivas.

Mais de 30,9 demissões no setor calçadista

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) aponta que, do final de março até o último dia 12 de maio, o setor perdeu 30,9 mil postos de trabalho, 11,5% da força de trabalho da atividade (270 mil postos diretos, em dezembro de 2019). Os estados mais afetados foram São Paulo, com a perda de 10 mil postos (32% do total de demissões); Rio Grande do Sul, com 7,82 mil demissões (25% do total); e Minas Gerais, com 5 mil postos perdidos (16% do total). O estados do Nordeste somam 5,46 mil demissões (18% do total). 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que não existe perspectiva de melhoras no quadro, especialmente enquanto o varejo físico não estiver em funcionamento. “Defendemos o retorno gradual, e com a segurança, do varejo brasileiro. Infelizmente, muitas fábricas estão sem novos pedidos, ou mesmo com cancelamentos, pois o lojista não está vendendo. Sem ter o que produzir, é impossível segurar a mão de obra”, lamenta o executivo, acrescentando que mais de 85% das vendas da indústria calçadista brasileira são realizadas no mercado interno.

Correio do Povo

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Comentários

  • GILMAR
    14 maio, 2020

    INFELIZMENTE A PANDEMIA VAI TER CICLOS NEGATIVOS DIVERSOS E COM O SLOGAN “SALVAR VIDAS”, VÃO OCORRER MUITAS MORTES EM DECORRÊNCIA DE MEDIDAS TOMADAS LINEARMENTE (incluindo onde a pandemia é mais leve) O QUE LEVARÁ A UM POSSÍVEL COLAPSO E DAÍ CABE A PERGUNTA. DEPOIS DAS MEDIDAS TIDAS COMO PRESERVACIONISTAS DA VIDA, “E AGORA, QUEM NOS SALVARÁ DOS REFLEXOS DA PANDEMIA E DAS CONSEQUENTES MEDIDAS RESTRITIVAS?”.

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