Giro do Vale

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sábado, 20 de abril de 2024

Fé e emoção marcam o reencontro dos fiéis com a Igreja do Morro

Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale

Fiéis lotaram a Igreja do Morro para a celebração de uma missa no templo após 19 anos. (Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale)

A manhã deste domingo, dia 15, foi marcada por momentos de fé e emoção para a comunidade católica de Bom Retiro do Sul. Após passar por uma breve reforma, a Igreja do Morro voltou a receber os fiéis para a celebração de uma missa, o que não acontecia há 19 anos.

Com a Igreja tomada, o Padre Marcos Leandro de Oliveira, o “Marquinhos” celebrou a missa histórica para os católicos. Durante a celebração, ele fez questão de contar como se deu o processo de reforma do templo e distribuiu agradecimentos a todos que de uma forma, ou outra, contribuíram para que a igreja pudesse voltar a estar à disposição da comunidade.

Como surgiu a ideia da reforma?

O Padre detalhou que em uma oportunidade ele levou um engenheiro para dar uma averiguada na situação do telhado do templo. O profissional lhe disse que a estrutura de madeira não suportaria mais por muito tempo as telhas de barro que cobriam o local. Então foi decidido fazer uma campanha para arrecadação de telhas de zinco. A troca se fazia necessária com urgência para não perderem toda a estrutura de madeira.

Ele chegou a pensar em desistir, mas outros membros da comunidade lhe deram apoio e acabaram levando em frente a iniciativa. O resultado foi a arrecadação de mais do que o dobro necessário para a troca do telhado. Então também está sendo renovada a parte elétrica e ainda foi feita a restauração da porta principal da igreja.

Em alguns momentos Marquinhos chegou a se emocionar quando contava sobre o caminho trilhado até ali. “Para mim esse não é um templo histórico. Esse é um templo de fé”, afirmou o religioso que completou dizendo que sua preocupação não era reinaugurar a Igreja do Morro, mas sim voltar a celebrar missas no local. Aliás, o templo será palco de celebração de missa a cada segundo domingo do mês às 10h30.

Muitas pessoas presentes na missa relembravam momentos vividos naquele local. Alguns ali foram batizados, outros casaram no templo, e também haviam ali descendentes de alguns dos idealizadores do movimento que resultou na construção da igreja no ano de 1896.

Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale

Padre Marquinhos celebrou a missa histórica no dia de seu aniversário. (Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale)

Seguirão os reparos

O Padre Marquinhos explicou que a ideia é ir ajeitando o templo aos poucos. O altar será restaurado, as imagens originais da Igreja receberam restauro e num momento oportuno serão colocadas novamente em seus lugares, a torre e o sino também deverão retornar para o lado da Igreja, mas cada coisa em seu tempo. O próximo passo será a pintura, o término da parte elétrica e a restauração do altar.

Ao final da missa histórica, todos cataram os parabéns para o Padre Marquinhos, o aniversariante do dia. Na sequência não houve procissão até a Igreja Matriz em virtude do mau tempo, mas o público se dirigiu até o ginásio da Igreja Católica no Centro para a Festa de Santa Rita de Cássia.

Igreja histórica

Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale

Foto: Juliano Beppler da Silva / Giro do Vale / Arquivo

Essa antiga edificação datada do final do século 19, foi construída sobre as antigas terras de Jacob Arnt. O templo começou a ser idealizado a partir da formação de uma comissão composta por Carlos Klock, João Steffens, Jacob Klunck e Sulferino Martins Ribeiro.

Em 22 de janeiro de 1929, por decreto, criou-se a paróquia Sagrada Família de Bom Retiro do Sul. O primeiro vigário, nomeado em 31 de dezembro de 1929 foi o Pe. Albino Eugênio Mallmann. Desde a criação da paróquia foram adquiridos muitos terrenos na área do morro, onde foram construídos a escola paroquial, salão, cemitério da comunidade, campanário e casa paroquial, cujo último padre a morar foi o Pe. Leopoldo Marx.

Em 1930 houve um aumento na estrutura da Igreja. Lá celebravam-se primeiras comunhões, casamentos, crismas, missas até o ano de 1997, quando por motivos de precariedade e segurança, encerraram-se nela suas atividades.

Ainda hoje, a Igreja preserva os traços do seu desenho original. Ao longo da história, a urna da Igreja acabou sendo roubada e a moeda da época da construção, além de outros documentos, acabaram sumindo.

A última reforma entre tantas que ocorreram teve início em 13 de março de 2001, onde foram feitos reparos em toda a estrutura do forro e telhado, reboco interno e externo, sacristia e presbitério. Também todas as imagens, a cruz e a via-sacra.

 

Redação / Giro do Vale
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Comentários

  • Nádia Ely
    15 maio, 2016

    Bela reportargem. Gostei de saber q a Igrejinha do Morro está sendo restaurada e abrindo um novo espaço para os fiéis ficarem mais próximos do Salvador!!! Bela iniciativa do pároco e comunidade.

  • albano jose caye
    15 maio, 2016

    Valor histórico e lembranças boas dos anos setenta.

  • albano jose caye
    15 maio, 2016

    Pe. Leopoldo Mark comandava.

  • Cassiano Gasperin
    15 maio, 2016

    Pareve de tratar de uma reforma urgente e necessária, mas hoje existem várias linhas de projeto para um RESTAURO! Trabalhei nesta area aqui em Pelotas e conheço profissionais especialista da área, que está em processo de início das obras da Catedral de Pelotas! Basta buscar os caminhos! Bom Retiro do Sul só teria a ganhar com a preservação do seu patrimônio histórico e cultural!

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