Giro do Vale

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sábado, 20 de abril de 2024

Bugio ruivo não transmite a febre amarela, e está ameaçado de extinção no RS

Foto: Juliano Bepler / Giro do Vale

Bugio ruivo apareceu na mata do “Morro da Corsan” em Bom Retiro do Sul na quarta-feira, dia 1º. (Foto: Juliano Beppler / Giro do Vale)

Após o registro da aparição de um bugio em área mais próxima ao Centro de Bom Retiro do Sul, fomos saber um pouco mais sobre esse primata, a ameaça que ele sofre de extinção, e tirar uma dúvida que muitas pessoas tem, quanto ao fato dele ser transmissor, ou não de febre amarela.

Consultamos a bióloga bom-retirense Soraya Ribeiro, que é Doutoranda em Diversidade e Manejo da Vida Silvestre, e chefe da Equipe de Controle Agrossilvopastoril e Vida Silvestre da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da prefeitura de Porto Alegre.

Bugio não transmite a febre amarela

Soraya conta que na última epizootia de febre amarela do ano de 2009, diversas entidades, e pesquisadores, se dedicaram às campanhas de proteção ao bugio ruivo. Com a vinculação do nome do macaco nas notícias sobre a epizootia, muitas pessoas mal informadas acabaram perseguindo o animal achando que este era o transmissor da febre amarela.

“Desde aquele ano, estamos nesta campanha para esclarecer a comunidade de que o bugio não transmite a febre amarela, quem transmite a febre amarela é o mosquito. O bugio é apenas uma vítima da doença, como nós. Os seres humanos e macacos pertencem a mesma ordem de primatas, por isto as doenças que acometem um grupo também pode acometer outro”, destaca a bióloga. Ela ainda frisa que para os humanos existe a vacina, para o bugio não.

Por ser um mosquito que habita matas, o transmissor infecta primeiro o bugio, que quando morre, avisa aos seres humanos que o mosquito está infectado pelo vírus.

Ameaçado de extinção

O bugio ruivo – Alouatta guariba clamitans – é um animal ameaçado de extinção no Estado do Rio Grande do Sul. As principais causas deste cenário são, a destruição das matas, a caça e o tráfico de animais.

Conservação

Soraya destaca que para o município de Bom Retiro do Sul, ter este animal em suas matas representa uma grande oportunidade de realizar projetos, e buscar recursos para conservação de áreas naturais. Para a bióloga, o município já poderia estar pensando em buscar recursos para criação de Unidade de Conservação, para proteção deste animal, gerando uma nova alternativa de turismo e renda à cidade também.

Onde eles estão?

Em Bom Retiro do Sul os bugios ruivos habitam a região de Faxinal e Beira do Rio. Também há registro de aparições de macacos dessa espécie em mata próxima a localidade de Saibreira, e na mata aos fundos da empresa JBS.

No “Morro da Corsan”, onde um bugio foi flagrado na tarde da quarta-feira, dia 1º, não é comum o registro de sua presença. Essa já é uma área mais habitada, e acredita-se que o primata possa ter passado pelo local, em busca de alimento. Moradores dessa região da cidade há cerca de 40 anos, confidenciaram, nunca ter visto macacos no local.

SAIBA MAIS:
Bugio é flagrado no “Morro da Corsan” em Bom Retiro do Sul

 

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