Giro do Vale

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sábado, 27 de julho de 2024

Sem acordo com governo, caminhoneiros confirmam greve

Foto: Ronald Mendes / Agencia RBS / Divulgação

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A reunião entre caminhoneiros e governo federal, realizada na tarde desta quarta-feira, em Brasília, terminou sem acordo. Com isso, a categoria confirma nova paralisação a partir da meia-noite desta quarta-feira (0h de quinta-feira).

— O governo não nos ouviu. Agora o Brasil vai parar — afirmou o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí, Carlos Alberto Litti Damer.

O motorista relatou que, logo após o término da reunião, a categoria já começou a organizar a greve em todo o país, que envolve o bloqueio de estradas, como ocorreu em fevereiro. Apenas os caminhões com ajuda para os atingidos pelo tornado em Xanxerê, no oeste de Santa Catarina, terão passagem liberada pelos manifestantes, segundo Damer. Ainda não há informações sobre quais estradas serão bloqueadas no Rio Grande do Sul.

O encontro ocorreu na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), com a presença dos ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues. A principal reivindicação dos caminhoneiros era a criação de uma tabela com o preço mínimo do frete, que não foi confirmada pelo governo. A medida é vista como inconstitucional pelo Planalto, que afirma não poder interferir no mercado.

— Estamos confiantes nas negociações e conquistas dos últimos meses com a categoria, mas vamos monitorar a situação — afirmou o Rossetto após a reunião, referindo-se à ameaça dos caminhoneiros de retomar a greve.

A tabela com preços mínimos para o frete, pedido dos caminhoneiros, foi classificada como “impositiva” por Rossetto. Na reunião, o governo ofereceu uma tabela referencial de preços. A oferta desagradou os motoristas, pois na prática não obrigará empresas a seguir suas informações.

— Não é inconstitucional. Os táxis não tem tabela padronizada? Se quiser, o governo pode negociar — argumenta Damer.

— Pra vir pra Brasília, nós fretamos um ônibus. E a ANTT tem um valor mínimo por quilômetro rodado. Por que com o frete não dá pra ter também? — questionou o caminhoneiro Fábio Roque, de Santa Rosa.

Esta é a terceira reunião entre motoristas e Rossetto. Em um encontro realizado no final de março, os motoristas também saíram sem uma resposta concreta por parte da União.

Embora a regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, uma das reivindicações da categoria na paralisação de fevereiro, tenha sido publicada na semana passada no Diário Oficial da União, os motoristas ainda mostram insatisfação. Segundo eles, o governo atendeu apenas em parte às reivindicações.

 

ZH

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