Giro do Vale

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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Brasil vence Equador e garante o primeiro lugar nas Eliminatórias

Foto: Félix Zucco / Divulgação

Foto: Félix Zucco / Divulgação

A Seleção Brasileira de Tite não para de bater recordes. Ao vencer o Equador por 2 a 0 na Arena, manteve os 100% com o técnico em nove jogos pelas Eliminatórias da Copa e bateu o recorde de pontos do Brasil desde que a disputa passou a ser nesse formato. Na terça-feira, será contra a Colômbia, em Barranquilla, pela antepenúltima rodada.

A ansiedade que se percebia antes do jogo, os sorrisos e até a balada na esplanada da Arena, com show de Thiaguinho e som de DJs davam ideia de que seria um jogo diferente. E foi, pelo menos no primeiro tempo. O Equador amarrou a Seleção de uma forma que ainda não havíamos visto na Era Tite. Gustavo Quintero, ex-zagueiro argentino de carreira na seleção boliviana, se acostumou a jogar em desvantagem. Ou seja, sabe como se fechar.

Foi o que fez. Armou uma linha de quatro atrás que só saía por decreto e outra no meio. À frente dela, o meia Gaibor vigiava a saída de Casemiro. Atrás dele, Pedro Quiñonez e Noboa limitavam os avanços de Paulinho e Renato Augusto. Pelos lados, Antonio Valencia, que já foi eleito o mais veloz do mundo, deixava Marcelo de sobreaviso. Na direita, Fidel Martinez fazia o mesmo com Daniel Alves. Ele não é um fenômeno, mas já foi conhecido como Neymar Equatoriano e, por isso, requer cuidado.

Com um sistema bem postado, o Equador fez o tempo passar. Por vezes, sem se constranger. A torcida gaúcha, embora não tenha lotado a Arena, estava excitada com os craques da TV ali pertinho. Tanto que quando Neymar, aos 30 segundos, tocou na bola pela primeira vez, ela se alvoroçou e rugiu.

O Brasil até parecia que seguiria o roteiro dos outros jogos. Aos quatro, Neymar deixou Antonio Valencia para trás e enveredou para a área. Mas quatro equatorianos fizeram um sanduíche de 222 milhões de euros com ele. Aos sete, a melhor chance. Numa rara escapada, Paulinho entrou a dribles e só parou em Banguera.

O Equador só saía quando tinha certeza de que não haveria risco. Geralmente, em chutões para Enner bater corrida com os zagueiros. A modorra do jogo foi incomodando a torcida. E também Tite. Ele, Sylvinho e Cléber Xavier fizeram uma conferência na frente da casamata. Aos 19, Tite chamou Renato Augusto e passou orientações. Que foram levadas para Marcelo. O pedido era de que avançasse por fora, com Neymar infiltrando pelo meio.

Aos 22, Noboa deu uma pegada em Gabriel Jesus no ataque. Na defesa, Marcelo  e Renato Augusto seguiam conversando. Aos 26, Neymar sofreu falta dura de Martínez. Tite chamou Renato Augusto. Aos 31, Alisson pegou pela primeira vez na bola. A torcida cantou  “Luan, Luan”. Tite chamou Renato Augusto.  Aos 34, Casemiro chutou de fora da área. Banguera quase aceitou. Aos 40, a torcida cantou “Luan, Luan”.

Tite senti que o roteiro não mudaria no primeiro tempo. Deixou Renato Augusto em paz e voltou para a casamata. Na arquibancada, a jovem loira deixou o jogo de lado e fez uma selfie. Nas tribunas, os equatorianos de uma rádio enrolados em mantas de lã narravam com vigor. O que sinalizava que os 45 minutos iniciais haviam sido uma vitória para a seleção deles.

Tite voltou do intervalo com Thiago Silva no lugar de Miranda, que se lesionou ao colidir com Alisson. O Brasil parecia mais agudo. Neymar passou a investir sobre a zaga e a levar vantagem. Os equatorianos já deixavam algumas brechas. Aos nove, Daniel Alves fez um cruzamento de manual e achou Gabriel Jesus atrás da zaga. O cabeceio forte parou em Banguera. Aos 12, Renato Augusto encobriu o goleiro de cabeça, mas Arbolleda salvou.

Foi o último lance de Renato, o ouvidor de Tite. Philippe Coutinho entrou em seu lugar.  Coutinho acelerou a Seleção. Aos 21, Neymar driblou e quase acertou o ângulo. Aos 23, Paulinho repetiu o que tanto vimos nesta Eliminatória. Em cruzamento, apanhou a bola na área e fez o 1 a 0 esperado. Na comemoração, deslizou sentado no gramado da Arena. A vantagem, enfim, deu aos 36.869 torcedores na Arena o show para o qual foram. Aos 26, Banguera salvou com o pé chute de Neymar. Aos 30, o gol que valeu o ingresso caro: Gabriel Jesus deu lençol no zagueiro e serviu Coutinho. Livre, ele fez 2 a 0. A torcida, eufórica, cantou “olé, olé”.

A vitória não mudou a vida da Seleção. A passagem para a Copa está comprada. Porém, mostrou uma equipe disposta,  sem acomodação e com apetite pela vitória. E isso é meio caminho para quem sonha alto.

 

Rádio Gaúcha

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