Giro do Vale

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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Lava-jato mira presidente do COI por possível compra de votos para Rio ser sede da Olimpíada

Foto: EFE / Divulgação

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Agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) estão nas ruas do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, dia 5, para investigar a suspeita de compra de votos para que o Rio fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016.

A ação foi chamada de Unfair Play e é mais uma etapa da Operação Lava-Jato no Rio. Segundo o G1, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, é alvo de mandado de busca e apreensão. As buscas ocorrem na casa dele e na sede do COB. Ele será intimado a depor para a PF ainda nesta terça.

Há mandados de prisão contra Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur (ex-dono da fornecedora Facility), e outro contra Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia dele na empresa. Também são feitas buscas na cidade de Nova Iguaçu e em Paris, na França.

Conforme a investigação, Nuzman esteve relacionado à compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os jogos e teria sido o responsável por conectar corruptos a corruptores.

Os pagamentos teriam sido feitos em dinheiro, por transferência bancária para contas de doleiros no Exterior, por meio de contratos de prestação de serviços fictícios e por pagamento de serviços pessoais.

Ainda segundo o G1, o dinheiro do esquema vinha do empresário Arthur Soares, que firmou contratos com o governo do Estado do Rio por milhões de reais. Ele irrigava uma conta no Caribe, gerenciada por um operador financeiro do grupo de Sérgio Cabral.

A empresa Facility, da qual Soares era dono e Eliane era sócia, mantinha contratos milionários com o governo do estado na gestão de Sérgio Cabral para fornecer pessoal e serviços. Conforme a investigação, a Facility pagava propina a Cabral para ter preferência nas licitações. O dinheiro recebido foi em parte usado na compra de votos para que o Rio fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016.

A investigação, iniciada há nove meses, foi feita em parceria com o Ministério Público da França, que já estava levantando uma possível compra de votos. Por um acordo de cooperação, o órgão está trabalhando com as autoridades brasileiras.

Estão envolvidos na Unfair Play 70 policiais federais, que cumprem dois mandados de prisão preventiva (contra Arthur Menezes e Eliane Cavalcante) e 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 

Zero Hora

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