PF faz operação na residência oficial do governador do Rio de Janeiro
- porJuliano Beppler da Silva
- 26 de maio de 2020
- 4 anos
Agentes da Polícia Federal (PF) estão no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na manhã desta terça-feira, dia 26. A operação Placedo está relacionada com a investigação sobre possíveis fraudes na construção de hospitais de campanha no Estado.
A ação é comandada por agentes da PF de Brasília e foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). São 12 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Rio e em São Paulo — a PF não informa se Witzel é alvo de alguma ordem judicial.
As investigações indicam a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha, para enfrentamento da pandemia de coronavírus, e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio.
Witzel afirmou que não cometeu irregularidades e apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro na investigação. Ele apontou como evidência da interferência o fato de a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) ter mencionado na segunda (25), à Rádio Gaúcha, ações iminentes da PF contra governadores.
“Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada”, disse o governador, em nota.
Leia na íntegra a nota do governador Wilson Witzel:
“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”.
Gaúcha ZH
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