Giro do Vale

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domingo, 6 de outubro de 2024

Spider supera lesão e vence Diaz na decisão

Foto: Steve Marcus / Getty Images North America / AFP

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Foram longos 13 meses de espera até que Anderson Silva voltasse ao octógono depois da traumática fratura na perna esquerda. No UFC 183, que aconteceu neste sábado, em Las Vegas (EUA), o público viu, assim como o mesmo adiantou na semana pré-luta, “um novo Spider” vencer Nick Diaz na decisão unânime dos juízes. Consciente e resistente às incessantes provocações de Diaz, o brasileiro dominou os cinco rounds contra o americano, superou a lesão na perna e voltou ao octógono com vitória.

A Luta

O duelo começou de forma inusitada, com Diaz provocando Spider como nunca se viu um lutador fazer. O americano chegou e se jogar no solo depois de uma movimentação sem ataques do brasileiro. Segundos depois, Anderson atacou com golpes fortes. Um cruzado acertou Nick, que se manteve de pé. O confronto teve o ritmo intensificado e o brasileiro dominou o octógono, cercando o americano. Os melhores momentos do primeiro assalto foram de Spider, que acertou os melhores socos e levantou a torcida. Diaz manteve a postura de provocação e também respondeu com golpes na cabeça.

A segunda etapa se iniciou com Diaz inovando com as brincadeiras, chegando até a encenar medo do ex-campeão. Dessa vez, o americano tomou o centro, enquanto Spider trabalhava sua movimentação no octógono e tentava encaixar seu boxe. Apesar do maior volume de Nick, foi Anderson que obteve os melhores ataques da etapa.

No terceiro round, o brasileiro melhorou e começou a pegar confiança nos chutes, aplicando três golpes com a perna esquerda, fraturada 13 meses atrás. Anderson conectou socos e chutes em conbinações e novamente levantou o público presente ao chegar perto do nocaute em duas ocasiões onde pressionou o rival na grade.

Quando os atletas voltaram para o quarto assalto, Anderson seguiu melhor na trocação, usando bem suas esquivas e seus ataques. Diaz chegou a fintar chutes sem força, como deboche. O brasileiro manteve a cabeça no lugar e usou ainda mais seus chutes, com golpes no corpo, na perna e na cabeça.

Na última etapa, Nick voltou a provocar Spider com dancinhas e caras feias, sempre dando o rosto para o brasileiro acertar. Quando Anderson o encurralou com bons socos, Diaz balançou, mas mostrou resistência. À essa altura, o brasileiro já estava confiante e usando muitos chutes, sempre combinando bem os golpes com socos. O duelo chegou ao fim com Anderson se movimentando e o americano aplicando golpes sem efetividade.

Discurso da vitória

Depois da decisão unânime dos juizes, Anderson Silva agradeceu à torcida e a família. Silva chegou a confessar que achava que não voltaria ao UFC. “Obrigado a todos, minha família, Deus, e meus verdadeiros amigos. Esse momento é mutito importante pra mim e minha família, para os brasileiros em geral. Quero agradecer a quem veio aqui e esse momento é importante pelo que sofri nesse ano, achei que não ia voltar a lutar. Absolutamente foi difícil (encarar Diaz). Nick é um grande lutador. Pela primeira vez enfrentei um cara mentalmente forte, com golpes fortes. Isso é um show, esse é Nick Diaz, e esse é o UFC. Vou voltar para a minha família agora. Vou voltar para casa e não sei… Talvez eu volte (a lutar)”, disse Spider, logo depois da vitória, em entrevista ainda no octógono.

Com a vitória, Anderson Silva se recuperou das duas derrotas sofridas contra Chris Weidman, em 2013. Aos 39 anos, o brasileiro volta brilhar e pode ser o próximo desafiante ao cinturão dos médios contra o vencedor do duelo entre Weidman e Vitor Belfort, ainda sem data para acontecer após a lesão do americano. O brasileiro vai continuar em Las Vegas (EUA) para iniciar as gravações do The Ultimate Fighter Brasil 4, onde é um dos técnicos ao lado de Mauricio Shogun.

Enquanto isso, Nick Diaz sofreu sua terceira derrota consecutiva na carreira. Com grandes intervalos entre seus combates, sua última vitória aconteceu em outubro de 2011, há mais de três anos. Como é dono de uma postura polêmica e irregular, é difícil prever o que está no futuro do lutador dentro da organização.

 

Correio do Povo
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