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Os ministros da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência, José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto, concederam entrevista coletiva em Brasília, no fim da tarde deste domingo, para falar sobre o posicionamento do governo em relação aos protestos. Cardozo afirmou que “ o Brasil está muito longe de um golpismo, e as manifestações democráticas de hoje revelam claramente isso”. O ministro da Justiça disse ainda que o governo está atento às ruas, aberto ao diálogo, e que a presidente deve anunciar medidas de reforma nos próximos dias. “A presidente Dilma Rousseff governa para todos, não só para os que a elegeram. E o governo está aberto para que façam manifestações para contribuir com novas medidas, além das que serão anunciadas nos próximos dias”.

Cardozo criticou o atual sistema político, e apontou o financiamento empresarial de campanhas como a principal porta de entrada para a corrupção no País. “O sistema dos dias de hoje é anacrônico, é necessária uma reforma política, lastreada no ouvir da sociedade”, declarou.

Já o ministro da Secretaria- Geral da Presidência, Miguel Rossetto, ressaltou que as manifestações, favoráveis ou contrárias ao governo, são legítimas. “O que não é legítimo é o golpismo, a intolerância, o impeachment infundado, a violência que agride a democracia”, ponderou.

Sobre a situação econômica do País, um dos fatores que motivou as manifestações, Rossetto disse que “o governo reconhece a necessidade de ampliar o diálogo sobre o conjunto de medidas que estamos desenvolvendo para arrumarmos as contas públicas”. “Temos responsabilidade de sustentar um padrão de economia em crescimento, capaz de gerar empregos e renda, e essa é a prioridade da presidente Dilma Rousseff. Para isso, o governo tomou iniciativa de apresentar um conjunto de medidas para arrumar as contas públicas em um período rápido. Estamos renovando todo o ambiente de diálogo para que possamos qualificar essas medidas”, acrescentou.

Correio do Povo