Giro do Vale

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sábado, 12 de outubro de 2024

Deputado Jardel exonera gabinete e se afasta por depressão

Foto: Guilherme Araújo  / TXT Asssessoria

Foto: Guilherme Araújo / TXT Asssessoria

Eleito com 41.227 mil votos na eleição passada, o deputado estadual e ídolo gremista Mário Jardel (PSD) exonerou praticamente todo seu gabinete na Assembleia e se afastou temporariamente do parlamento sob justificativa de uma depressão. As informações são do jornal Zero Hora.

Jardel estaria incomodado com ações praticadas por servidores de seu próprio gabinete, que estariam tomando decisões sem consultá-lo, e pelo que chamou de “má administração”. Segundo o novo chefe de gabinete que tomou posse nesta segunda-feira, Cristian Lima, de duas dezenas de funcionários do deputado, apenas quatro que eram de sua confiança foram mantidos.

— Ele nunca abandonou o mandato, só limpou o gabinete porque não estavam ocorrendo coisas certas. Mas ele continua na política — sustenta Lima.

Entre os itens considerados como má administração estão viagens de servidores autorizadas sem o conhecimento do parlamentar do PSD.

— Ele também se sentia pressionado a assinar coisas que não queria — complementa Cristian Lima.

O novo chefe de gabinete afirma que o deputado está em viagem pelo Brasil com a esposa, e não pretende deixar o país, como chegou a ser cogitado em boatos. O atestado é válido até quinta-feira, 9 de abril. Depois disso, é esperado que Jardel se reapresente na Assembleia.

O gabinete anterior teria sido formado por indicações do partido, e não por escolha pessoal do ex-centroavante tricolor. Apesar disso, segundo Lima, não haveria crise entre Jardel e o PSD:

— Não temos o que falar do partido.

Danrlei rompe com Jardel

O vice-presidente do PSD-RS, Danrlei de Deus, anunciou “rompimento político e pessoal” com deputado estadual por meio de um comunicado.

Confira a nota na íntegra:

“A arte ou ofício de exercer a boa política carrega consigo responsabilidade, solidariedade, lealdade e compromissos maiores de todos os representantes parlamentares com seus eleitores e com a sociedade como um todo que tem o dever de representar.

Por mais de 20 anos, fui colega de clube, parceiro e amigo do hoje Dep. Mario Jardel de Almeida Ribeiro, tendo, inclusive, buscado estimular sua candidatura nas últimas eleições, até como forma de superação de estágios pessoais que em outras circunstâncias sei que seriam difíceis de transpor.

Empenhei-me pessoalmente em sua eleição, dedicando esforço pessoal, carinho, amizade e até compromisso político com seu voto. A eleição de Mario Jardel à Assembleia Legislativa contou com um verdadeiro “time político” tanto meu quanto do PSD que já vinham envolvidos com minha candidatura e meu desempenho junto à Câmara dos Deputados. A sua eleição representou não apenas uma vitória deste grupo, mas também o êxito de uma missão partidária ao qual não apenas Jardel, como  também este “time Pessedista” e os meus eleitores puderam se identificar ao longo desta caminhada.

Lamento, contudo, que mesmo sendo um período curto em que exerce seu mandato na Assembleia Legislativa, eu me obrigue, por dever de lealdade e compromisso político com os milhares de gaúchos que elegeram não apenas Jardel mas também a mim, a romper publicamente com este a quem confiei minhas mais profundas e sinceras expectativas.

Alguém que logo no início de uma longa jornada, a de um mandato parlamentar, falha em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração. Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir.

A partir de agora, declaro meu rompimento político e pessoal com Mario Jardel, justamente por ele descumprir tais normas elementares sobre a qual tínhamos consenso e acordo que haveríamos de cumprir.

Espero que pelo menos mantenha o compromisso político de honrar o mandato que o PSD ajudou-o a conquistar”.

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