MP investiga policial suspeito de acobertar criminosos no RS
- porJuliano Beppler da Silva
- 19 de janeiro de 2016
- 9 anos
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Ministério Público (MP) deflagraram na manhã desta terça-feira, dia 19, em Lajeado e Venâncio Aires uma operação contra um policial civil suspeito de acobertar criminosos e cobrar por informações privilegiadas solicitadas por pessoas ligadas à prática de jogos de azar, tráfico de drogas, receptação e estelionato. A ofensiva, chamada de Barbeiro, deve cumprir hoje mandados de busca e apreensão nos municípios.
Conforme as investigações, iniciadas no primeiro semestre de 2015, o policial cobrava R$ 500 mensais do chefe de uma organização criminosa ligada ao jogo de azar para repassar dados restritos ao sistema informatizado de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Ele também informava sobre o andamento de investigações realizadas por colegas de Delegacia sobre o negócio do seu corruptor e sobre possíveis concorrentes investigados. Nesse caso, o suspeito incorre nos crimes de corrupção e violação de sigilo funcional.
Em relação a um agiota, identificado e preso na última sexta-feira em virtude de outras investigações -, o policial forneceu informações sigilosas para privilegiar a atuação da factoring denominada Banco Sul, fatos documentados pela investigação do Gaeco.
O policial civil também é suspeito de corrupção, tráfico, prevaricação e colaboração com associação criminosa, pois prestava informações sobre a movimentação policial para acobertar a atividade e evitar que traficantes fossem presos em flagrante. Para tanto, ele cobrava valores que variavam de R$ 500 a R$ 200 mensais.
Suposta participação em crimes
Em outra situação, o policial é suspeito de corrupção e participação material e moral em crimes praticados por um homem que utiliza o CPF de terceiros para comprar mercadorias sem realizar o pagamento. Para auxiliar em casos em que o criminoso fosse flagrado em operação da Brigada Militar (BM), o policial também cobrava mensalmente.
Ainda, é investigada a ligação do policial com um estelionatário que utiliza identidade falsa e o registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de uma advogada para praticar golpes. A investigação apurou que houve violação de sigilo funcional na relação com um segundo advogado, responsável por obter informações privilegiadas sobre o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão em casas de clientes.
Correio do Povo
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