Giro do Vale

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domingo, 19 de maio de 2024

Lula será ministro da Casa Civil, anuncia líder do governo na Câmara

Foto: Divulgação

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o ministro da Casa Civil. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira pelo líder do governo na Câmara, deputado federal José Guimarães, via Twitter. Dessa forma, Lula assumirá o posto que até então era ocupado por Jaques Wagner. “Ministro Wagner, no dia de seu aniversário, mostra grandeza e desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula novo Ministro da pasta”, escreveu Guimarães na rede social.

A presidente Dilma Rousseff e Lula realizaram duas reuniões para discutir o retorno do ex-presidente ao governo. No primeiro momento, foi especulada a entrada na Secretaria de Governo, cargo atualmente ocupado por Ricardo Berzoini. Hoje pela manhã, o encontrou contou com as presenças de Wagner, e dos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Educação, Aloizio Mercadante.

Ainda não há informação sobre a possível participação de Lula no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Os petistas apoiam a iniciativa por conta da habilidade política do ex-presidente, enquanto os oposicionistas classificaram a ideia como tentativa de blindá-lo das investigações da Operação Lava Jato.

Assustado com o tamanho dos protestos de domingo, os maiores da história do País, e com a debandada dos aliados, principalmente do PMDB, Lula avalia que o governo e o PT precisam anunciar medidas para o “andar de baixo” porque só isso impedirá a queda de Dilma. Ele defende, por exemplo, o uso de um terço dos 372 bilhões de dólares das reservas internacionais para investimentos, hipótese até agora descartada por Dilma.

Foro privilegiado

No governo, o ex-presidente ganha foro privilegiado de julgamento. Isso significa que, em caso de denúncia criminal, uma ação contra ele terá de ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal, saindo da alçada do juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância.

Lula é alvo da Lava Jato e, além disso, Moro será o encarregado de decidir se aceita ou não o pedido de prisão preventiva contra ele, apresentado pelo Ministério Público de São Paulo, que o acusa de ocultar um tríplex no Guarujá, reformado pela empreiteira OAS. O ex-presidente nega a propriedade do imóvel e também de sítio em Atibaia, que recebeu benfeitorias de empresas investigadas no esquema de corrupção da Petrobrás.

Delação explosiva

Em mais um capítulo da crise política, a delação do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS), homologada nessa terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada explosiva pelo Planalto. A certa altura, assessores de Dilma diziam que o depoimento de Delcídio poderia fazer com que Lula suspendesse a decisão de assumir a Secretaria de Governo. À noite, porém, um interlocutor do ex-presidente afirmou à Agência Estado que ele estava “muito disposto” a ajudar Dilma.

Nos depoimentos à Procuradoria Geral da República, Delcídio citou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e disse que ele teria tentado comprar o seu silêncio. Mercadante negou. Além disso, o senador apontou o dedo para Lula e afirmou que o ex-presidente “teve participação em todas as decisões relativas às diretorias das grandes empresas estatais, especialmente a Petrobrás”.

 

Correio do Povo

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