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Pouca chuva e altas temperaturas, faz estiagem se agravar no RS

Precipitação que ocorre em algumas regiões não tem sido suficiente para encher os rios e a tendência é piorar nos próximos dias

Foto: Divulgação

A combinação do fenômeno La Niña, mais a ausência de recarga hídrica ao longo do ano de 2020 e as altas temperaturas vão resultar no agravamento da estiagem no Rio Grande do Sul. A avaliação foi feita pela hidróloga Marcela Nectoux, da Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), ao explicar que as bacias hidrográficas gaúchas não tiveram a recarga hídrica suficiente entre os meses de janeiro a maio deste ano. “Mesmo com a ocorrência da chuva nos meses de junho e julho não foi possível melhorar a situação dos rios”, ressaltou.

Pela manhã, quem circulou pela região do Guaíba conseguiu perceber as marcas da estiagem em vários pontos do Guaíba como no bairro Vila Assunção, na zona Sul de Porto Alegre, ou nas proximidades do anfiteatro Pôr-do-Sol. Segundo Marcela Nectoux, a chuva que ocorre em algumas regiões não tem sido suficiente para encher os rios e a tendência é piorar nos próximos dias. Ela lembrou que em 2020 houve recorde de cidades que decretaram situação de emergência em função da estiagem. Foram mais de 90% de um total de 497 municípios.

Segundo a Sala de Monitoramento Hidrológico da Sema, nas últimas 24 horas os maiores acumulados de chuva (na casa dos 40mm) foram nas bacias Apuaê-Inhandava, Alto Jacuí e Passo Fundo. Também ocorreram volumes pontuais no Taquari-Antas e Alto Sinos. No entanto, alerta que a distribuição das chuvas é ruim nas áreas e os rios seguem estáveis ou declínio em todos os pontos monitorados, apresentando baixa disponibilidade hídrica. 

As temperaturas em elevação no Rio Grande do Sul e o vento soprando de Nordeste representa uma combinação desfavorável para condição hídrica das bacias da Região Metropolitana de Porto Alegre. A condição hidrológica de alerta em função da baixa disponibilidade água segue indicada para as bacias do Guaíba, Camaquã, Santa Maria, Negro, Ibicuí, Butuí-Icamaquã, Piratinim, Ijuí, Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo, Passo Fundo, Várzea, Vacacaí-Mirim, Pardo, Baixo Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí e Rio Uruguai. 

Com a previsão de persistência do fenômeno La Niña durante o verão, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica a possibilidade de chuvas abaixo da média, no Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sul do Paraná. Já a Somar Meteorologia destaca que a Região Sul passa por uma estiagem prolongada que mantém baixo o nível de reservatórios e compromete o desenvolvimento agrícola, como o milho do Rio Grande do Sul. Os prognósticos apontam que o fenômeno La Niña deverá prosseguir até pelo menos o mês de abril, mas seus efeitos na atmosfera serão vistos até meados de 2021.

Para o trimestre dezembro/janeiro e fevereiro, há previsão de chuva abaixo da média na Região Sul, além do sul do Paraguai, todo o Uruguai e centro e norte da Argentina. Ou seja, embora tenha voltado a chover mais frequentemente sobre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, ainda há risco de cortes abruptos da precipitação e estiagens regionalizadas a partir de fevereiro, sobretudo na região sul do Rio Grande do Sul.

Correio do Povo

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