Giro do Vale

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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Israel declara Lula como “persona non grata” após comparação com nazismo

Foto: Ricardo Stuckert / PR / Divulgação

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou nesta segunda-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado ‘persona non grata’ até que haja uma retratação sobre as declarações feitas pelo chefe de Estado brasileiro, que comparou as ações de defesa israelense no conflito contra o grupo terrorista Hamas ao nazismo. As informações foram publicadas no site R7.

“Não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel. Informei ao presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras”, disse o ministro israelense em uma postagem nesta segunda-feira (19) nas redes sociais.

“A comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”, comentou Katz na mesma postagem.

A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva realizada no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista.

Na sequência, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou as declarações do presidente e afirmou que a fala de Lula é vergonhosa e grave e disse que o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, convocará o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma “dura conversa de repreensão”.

“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fará isso ao mesmo tempo em que defende o direito internacional”, declarou Netanyahu, nas redes sociais.

A conversa entre o ministro das Relações Exteriores de Israel com o embaixador brasileiro ocorreu no Memorial do Holocausto. Lideranças políticas condenaram a fala de Lula e pediram ao petista que se retrate. Na Câmara dos Deputados, um grupo de parlamentares anunciou que vai protocolar um pedido de impeachment alegando que a fala configura crime de responsabilidade.

Comunidade judaica

O presidente de Israel, Isaac Herzog, foi às redes sociais para dizer que condena veementemente a declaração na qual o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, compara a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto. Herzog disse que há uma “distorção imoral da história” e apela “a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações”.

Antes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia se manifestado, dizendo que convocaria o embaixador brasileiro no país para uma reprimenda. Ele voltou a criticar o presidente, dizendo que o líder brasileiro deveria se envergonhar do que disse.

“Hoje, o presidente do Brasil, ao comparar a guerra de Israel em Gaza, contra o Hamas, uma organização terrorista e genocida, ao Holocausto, o presidente Lula desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o povo judeu, como o antissemita mais virulento. Ele deveria ter vergonha de si mesmo.”

Correio do Povo

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